sexta-feira, 3 de maio de 2013




A ópera silenciosa
Memórias de um amanhecer

“Alguém que te faça sorri na dor, que lance fora todos os seus medos, que te ajude a cada dia, que te carregue quando você não conseguir continuar, alguém que respeite seus sentimentos, que ensine e molde você, que a transforme na mais bela das jóias.”

Primeira parte - O teatro de Ériam

Ser a mulher perfeita, entregar-me por completo sem restrição a aquele que é digno de receber todo o meu amor e devoção, obedecer mesmo não sabendo os motivos por trás das ordens, nunca faltar com a verdade, ser a cadela perfeita. Encontrar o olhar que me faz abaixar os olhos, o olhar que me faz ficar de joelhos sem que nenhuma palavra seja dita.

Tudo parecia ser apenas um sonho, nunca acreditei que algo assim pudesse existir na vida real, mas alguém me encontrou, um homem me mostrou que eu apenas existia, ele me ensinou a viver e pela primeira vez me senti uma mulher completa.

Lembro-me como se fosse ontem, mas já faz três anos que tudo começou, num fim de tarde de uma quarta feira de verão eu estava me mudando para uma casa maior em um bairro mais tranquilo, longe do barulho dos carros e da poluição dos grandes centros. Quando cheguei ao meu novo endereço fiquei encantada com um velho teatro que ficava de frente para minha nova residência. O teatro tinha uma aparência sombria, sua fachada me lembrava a da Basílica de Sainte-Clothilde em Paris e um pouco da complexidade do teatro, Wielki em Varsovia na Polonia. A sua arquitetura neogótica era algo que chegava próximo à perfeição, por alguns segundos pude me ver de volta ao século XIX, o estilo medieval e o contraste clássico daquela época me deixava fascinada, de alguma forma aquele teatro me estimulava, comecei à me sentir animada e excitada por ver tão bela construção... Eu estava hipnotizada com tamanha beleza.

Depois de algum tempo fui para minha nova casa, chegando lá comecei arruma todas as coisas... A casa era linda, tinha bastante espaço e era bem confortável, eu estava tão feliz que resolvi convidar algumas amigas para irem me visitar, ficamos à noite toda bebendo e conversando. Quando à madrugada chegou, resolvemos ir dormi. Assim que entrei em meu quarto percebi que o vento tinha feito com que a janela se abrisse, então, fui fechar pelo menos as cortinas para evitar que algum bicho entrasse voando durante o meu sono. Quando cheguei próximo da ventana, percebi que daquele local era possível observa o velho teatro que à noite parecia ser mais belo, der repente meus olho foram guiados em direção a uma das janelas daquela bela construção e pude observa que tinha um homem sentado em uma cadeira, não pude vê-lo muito bem, por alguns instantes imaginei que ele estivesse olhando diretamente para mim, mesmo de tão longe imaginei que ele pudesse me ver... Assustada, me escondi atrás das cortinas, tive medo, não sei bem por que desse sentimento que começava a me deixar excitada, meu coração estava acelerado juntamente com meu sexo que palpitava como um vulcão que estava preste a entrar em erupção. Comecei a imaginar que à bebida estava começando a fazer efeito eu não conseguia entender o porquê de toda essa excitação, talvez ficar tanto tempo sem um namorado não tenha me feito bem.

Os dias foram se passando e todas às noites eu observava o velho teatro da janela do meu quarto, e aquele homem sempre estava lá. Durante alguns dias procurei por informações sobre aquele local, conversei com alguns comerciantes que trabalhavam por ali, tentava imaginar o porquê de um teatro tão belo em um lugar consideravelmente isolado do centro da cidade. Em minhas conversas com alguns moradores e comerciantes algumas histórias me foram reveladas, mas ninguém tinha certeza de nada, as histórias eram todas confusas...

Logo o verão se foi e o primeiro dia da nova estação chegou. Naquele primeiro e belo fim de tarde de outono eu conheci um senhor que se chamava Samuel, ele estava sentado em um banco da pracinha, lembro-me de sentar ao seu lado e de ouvi-lo falar comigo, ele disse que algumas pessoas tinham lhe dito que eu estava interessada em saber um pouco mais sobre a história do local, logo quando o velho senhor começou a falar mais sobre o teatro um homem sentou-se no banco ao lado do senhor. Por alguns segundos o silêncio tomou conta do lugar, mas logo, Samuel começou a falar, ele me contou que aquele teatro foi construído a mais de cem anos a mando de um Lord que na época tinha o sonho de viver em um teatro com sua esposa. Na época, Lord Ériam se mudou pro teatro com sua esposa, Joana e mais três empregadas, poucas pessoas eram convidadas para adentrar no local apenas alguns homens acompanhados de suas esposas...

Logo, Samuel parou de falar o silencio mais uma vez se tornou presente e o homem que estava sentado ao seu lado se levantou e veio em minha direção, ele me entregou alguns papeis, parecia ser partituras de uma música que tinha o nome de ópera silenciosa, ele disse que eu deveria guarda às partituras, não tive tempo de dizer nada, logo ele se virou e foi embora e quando olhei para o lado o velho senhor, Samuel também já tinha partido.   

Depois de alguns dias resolvi esquecer um pouco o teatro, estava muito atarefada em meu escritório, lembro-me que passei à última semana do outono no trabalho, não fui um dia se quer em casa, só para poder adiantar tudo e na semana seguinte curtir o primeiro dia do inverno.

Cheguei em casa numa sexta feira, aquela era a última noite de outono e eu queria aproveitá-la sozinha, então fui até a locadora e aluguei alguns filmes, comprei uma pizza e uma garrafa de vinho. Logo após o filme coloquei uma música bem suave e tranquila, deitei no sofá da sala e acabei dormindo. No outro dia de manhã acordei bem cedo, tomei um banho rápido e fui caminhar, acho que esse era o meu jeito de receber a nova estação, estava uma manhã tão gostosa.
Logo quando sai pelo portão tive uma surpresa, o homem que havia me dado as partituras estava à minha espera.

- Olá bom dia.

- Bom dia. Nossa que bom ver você! Olha você deixou suas partituras comigo. Aquela música parece ser muito bonita, mas acho que as entregou para pessoa errada.

Lembro-me que ele sorriu e disse que queria caminha comigo. Eu não via nenhum problema, caminhamos durante alguns minutos e conversamos um pouco.  Quando voltamos, paramos em frente ao teatro, ele não tinha mudado nenhum pouquinho, fazia alguns dias que não o via tão de perto.

Victor diz: É lindo, não é?

Elizabeth diz: Sim!

Victor diz: Vamos entrar? Venha tomar café comigo.
Ele era o homem que me observava todas às noites, meu coração estava acelerado eu congelei, finalmente eu o conheci, lembro-me que por uma segunda vez ele me convidou para entrar e tomar o café da manhã com ele. Pensei em recusar o convite, mas quando dei por mim já estava entrando pela enorme porta, aquele homem era muito misterioso, mas eu gostava da maneira que eu ficava quando estava com ele ou quando apenas o via me observando.
Quando entramos seguimos até uma escada que leva ao segundo andar, naquele lugar existiam várias salas trancadas, lembro-me que entramos em uma aonde tinha uma linda mesa de café da manhã preparada

Victor diz: Fique à-vontade, Elizabeth.

Elizabeth diz: Obrigada.

Sentei-me a mesa e tomei o café calada, pude observa que Victor nem tocava na comida, ele apenas me observava. Depois de algum tempo começamos a conversar e logo depois ele me levou para dar uma volta pelo lugar. Logo quando começamos a caminhar pude perceber que nas paredes daquele local existam vários quadros e muitos desses quadros eram de uma mulher nua, Victor me contou que aqueles quadros eram de Joana esposa de Eriam.
Pude observa que na maioria das imagens ela aparecia sempre no chão, como se tivesse sido violentada, parecia que suas forças estavam esgotadas e era possível notar que sempre tinha um chicote ao seu lado e em seu corpo tinha muitas marcas. Victor começou a contar à história de Joana, ele me disse que ela era mais do que esposa de Eriam, ela era sua escrava submissa, ele me contou toda à história, lembro-me que enquanto o ouvia falar eu ia ficando excitada, imaginava como seria ter uma vida assim, aquilo tudo ia me deixando louca, imaginava se teria alguma chance de viver aquilo um dia, ser usada e abusada por um homem, ser sua serva, satisfazer todos seus desejos e vontades, seria algo novo, não sei se conseguiria, mas eu gostaria de experimentar, por alguns instantes pensei em Victor me ensinando tudo, me dando ordens... Tentei disfarça para que ele não percebesse meus pensamentos.
Continuamos a caminhar pelo teatro, ele me mostrava tudo cada detalhe, não deixava passar nada.    
Depois de caminharmos pelos corredores entramos em uma sala, não era muito grande em uma das paredes tinha vários chicotes e cordas penduradas, algumas velas de várias cores encima de uma pequena prateleira que se encontrava entre os chicotes e as cordas, havia também uma caixa pequena fechada, uma cadeira e um colchão no canto direito, naquele local existia apenas uma porta e uma única janela que estava coberta por uma cortina negra. Enquanto observava os detalhes da sala pude perceber, Victor se aproximando de mim, sua mão direita entrou em minha calça e foi na direção do meu sexo.

Victor diz: Você se excitou com a história que acabei de contar! Há muito você está molhada imaginando como seria bom ser usada e abusada como uma puta...
Lembro-me de ouvir à porta se fechar sozinha e de sentir a mão de Victor cada vez mais forte e intensa entre minhas pernas, não consegui me segurar e gozei em seus dedos, dedos que logo depois foram introduzidos em minha boca, minha língua se movimentava entre eles, pude sentir o gosto do meu gozo.
Aos poucos pude perceber que ele estava se afastando de mim, pude ouvir o barulho da porta novamente só que dessa vez ela estava sendo aberta, antes de sair Vitor ordenou que eu me ajoelhasse e esperasse ele voltar, então a porta se fechou novamente, pude ouvir o barulho da chave trancando-a. Fiz o que me tinha sido ordenado, me ajoelhei e fiquei ali durante alguns minutos, mas logo comecei a me sentir incomodada, meus joelhos estavam doendo eu estava com um pouco de sede, eu não queria ficar mais de joelhos, então, levantei-me e fui até aporta, ela realmente estava trancada, percebi que não adiantava eu força, ela não iria abrir, resolvi me sentar na cadeira e esperar... Finalmente depois de alguns longos minutos ela se abriu.

Elizabeth diz: Que bom que você voltou estava morrendo de sede! Você poderia me dar um pouco de água?
Victor saiu novamente sem dizer uma palavra, alguns segundos depois ele voltou com um copo de água na mão esquerda, eu me levantei e fui em sua direção para pegar o copo, quando cheguei perto senti sua mão direita em meu rosto, eu tinha acabado de levar um forte tapa na cara, sua mão era pesada, meu rosto estava marcado, quando fui perguntar o porquê daquele tapa ele jogou toda água do copo em meu rosto, não sabia o que estava acontecendo ali ou o porquê dele ter mudado comigo.

Victor diz: Fique de joelhos e beba a água que está espalhada pelo chão, mate sua sede.

Ajoelhei-me e comecei a lambe o chão, lembro-me que queria perguntar o porquê daquilo, mas estava excitada de mais para perguntar qualquer coisa, torci para que não terminasse, queria ser usada por ele, queria ser sua escrava, nunca tinha me sentido assim antes, aquele lugar e aquele homem, despertavam o que de mais belo existia em mim.  

Continua...

SirLV

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