Grupo BDSM ES

O Encontro

Encontrava-me perdida, desnorteada. Devido a precipitações aquele a quem eu chamei de meu Senhor e me permiti encoleirar não foi muito além. Sempre ela, a distância teima em me afastar, de me sentir dominada. Palavras são lindas, telefonemas sublimes, mas nada consegue substituir um toque, um cheiro, a pele.

Disposta a desistir, de me afastar do estilo de vida que tanto amo, de onde me encontrei, de onde me senti verdadeiramente mulher, me cerquei de tarefas cotidianas e baunilhas. Mas o universo é incrível e sempre nos traz de volta ao destino.

Um dia comum, sentada distraidamente apreciando uma boa leitura, ouço uma voz firme me cumprimentar, sentado ao meu lado um homem elegantemente abria um leve sorriso pra mim, meu olhar tímido percorreu-lhe o rosto, olhos fortes e penetrantes, um arrepio se fez presente em meu corpo. Olhava-me de uma forma diferente, e por minutos ficou assim. Logo o silêncio foi cortado por sua voz novamente, mas desta vez a surpresa foi maior. - Boa tarde bela menina, creio que posso chamá-la assim, já que seus traços condizem com uma sub, estou certo? Perguntou-me. Meu olhar de admiração e dúvidas o fez dar continuidade as palavras.- Desculpe se fui extremamente direto, mas pelo símbolo que carrega e seu marcador de livros, levou-me a saber que é adepta do BDSM.

Minha boca apenas abriu levemente em um sorriso e confirmei. Foi o bastante para o início de uma gostosa conversa que a muito não tinha. Olhares eram trocados, um toque suave no braço, compatibilidade, afinidades, gostos, momentos mágicos. A tarde passou sem ser notada, ter alguém com quem conversar tão próximo, longe do virtual foi inigualável, queria eternizar  o momento, o olhar, sentir a respiração, ver as reações me trouxe a vontade de reviver, estar no meio, sem medo, de me entregar novamente sem reservas.

Seu olhar me estudava avidamente, meus gestos, até o tom da voz, me senti fascinada, querendo cada vez mais ouvir, sentir, mas me continha em demonstrar e o sorriso no canto da boca que ele demonstrava deixava claro que a admiração era recíproca. Tocou-me em meus braços, mãos firmes, e levantou-me perto de ti. Segurou levemente em meu queixo, olhar direto. – Vamos menina, já é quase noite. Uma tarde maravilhosa como essa tem que ser repetida por muitas outras vezes, se for de sua vontade, e algo me diz que é. Apenas balbuciei que sim, mas meu olhar confirmava com fervor.

Acompanhou-me até próximo a minha casa, entregou-me seu cartão, sem nome, apenas o telefone, me abraçou firme, retribui de imediato, querendo prolongar o máximo aquele momento, sentir seu corpo encostar ao meu me fez arrepiar e ele notar, sorriu novamente e se afrouxou aquele enlace, segurou meu queixo, e ao o ver aproximando seu rosto do meu, fechei os olhos esperando sentir seus lábios aos meus, mas ele beijou-me na testa, sorriu, - Até breve menina. E se foi. O observava esperando um olhar, mas misteriosamente como chegou ele se foi.

Entrei em casa não acreditando, olhei ao espelho e estava corada, pensamentos a mil, acreditando e ao mesmo tempo pensando ter sido imaginação. Mas o cartão em minhas mãos me permitiu acreditar. Coração palpitante, respiração acelerada corri ao pegar o telefone, comecei a discar, mas contive-me. Levantei e fui tomar um banho, a água gelada me fez arrepiar e lembrar de seu abraço. Quanto desejo tomava conta de mim naquele momento. Banho com gosto de saudade, de desejo.

Mais tranquila, peguei o telefone e liguei, cada toque coração disparava, e quando ouvi a voz novamente, falei ofegante Boa noite. – Boa noite, esperava sua ligação. Agora tenho seu numero e irei te ligar sempre, ele me disse. Respondi prontamente – Que bom, ficarei feliz em ouvir sua voz novamente.

-Agora durma bela menina, nos falamos em breve. Espero estar presente em seus sonhos, pois já esta nos meus. Não diga nada, apenas espere-me desligar e deite-se.

Confirmei e ainda o ouvi – Já te desejo e espero em breve que seja minha. Boa noite. E desligou.

Coração aos pulos, deitei-me e o obedeci sem pensar, sem notar que já me dominava, e adormeci, feliz, e totalmente entregue.

Continua...

Nefertyti